segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Playlist 8. 29/08 - Poder simbólico e Gestão de Pessoas: a experiência de trabalhadores gays

Na continuidade das discussões sobre diversidade nas organizações, hoje trataremos sobre experiências de trabalhadores gays.

Leitura Recomendada


Leitura Complementar

Reportagens
  1. ONU lembra Dia Internacional contra Homofobia e Transfobia, ONUBR, publicado em 17 de maio de 2016.
  2. Revista Melhor. O Valor da diversidade nas organizações. Junho, 2019.


Video

Discutindo em sala 


Viva semana da visibilidade lésbica (como bem me lembrou André) 💕

Veja o video indicado acima. Em seguida, da leitura recomendada, faça 2 recortes que mais se destacaram pra você e poste aqui até 03/09. Discutamos, em seguida, sobre como a psicologia nos instrumentaliza para intervenção sobre a problemática aqui discutida? A este respeito, vejamos o que dizem 
Irigaray e Freitas (2013):

"Desta forma, visando à justiça social, cabe à academia, às empresas e à sociedade, em geral, pensar em como incorporar esta minoria. É papel dos pesquisadores buscarem compreender melhor a realidade desta – e de outras minorias – cujas vozes são silenciadas pelos discursos organizacionais e inseri-las na agenda de pesquisas. Cabe aos administradores, a elaboração e implementação de políticas e práticas organizacionais que, efetivamente, contribuam para a melhoria da qualidade de vida e condições de trabalho desses empregados. Finalmente, jaz sobre os ombros da sociedade brasileira a responsabilidade de reconhecer a cidadania desta minoria, estendendo a ela todos os direitos legais que já vigoram para os heterossexuais" (p.88). 



8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Algo que me chamou atenção foram as estratégias,usadas pelos gays não assumidos, que são um reflexo do padrão heteronormativo existente na sociedade, os não assumidos que usam a estratégia “Machões” não se reconhecem como gays e como uma forma de afastamento deste lugar fazem piadas e tem comportamentos homofóbicos e sexistas. Outro ponto interessante é a estratégia “Super homem” adotada pelos parcialmente assumidos que são extremamente eficientes e se dedicam totalmente ao trabalho numa tentativa de desviar o foco da sua orientação sexual, preferem serem vistos como workaholic e usam o trabalho como explicação para não serem casados, terem filhos, etc. A necessidade do uso de estratégias é um indicador que o ambiente organizacional não passa segurança para eles, há uma necessidade da criação de um espaço em que possam serem ouvidos e que se sintam confortáveis para falar, porém o problema é muito mais complexo, pois não adianta apenas ter teorias válidas se a prática não for correspondente.

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  3. "O grupo dos parcialmente assumidos, notadamente os heterossexuais funcionais, foi o que mais
    verbalizou a sensação de dor física (dor de cabeça e ânsia de vômito durante a jornada de
    trabalho) e psíquica (angústia, imobilidade, falta de controle da própria vida). Estes relatos
    corroboram com os estudos de minority stress (Meyer, 1995) e outros que sugerem a
    possibilidade de haver correlação entre esconder e disfarçar sua orientação sexual e o
    desenvolvimento de doenças psicossomáticas (Pennebaker, 1995)." Aqui podemos perceber a importância do bem estar no ambiente de trabalho. Esses indivíduos homossexuais parcialmente assumidos dão tanto de si para esconder a sexualidade — por medo de serem oprimidos — que acabam ficando com uma sobrecarga de estresse muito elevada. Como se sabe, o estresse está relacionado a diversas patologias e malefícios para a saúde, como por exemplo o envelhecimento precoce.

    "O movimento de se assumir homossexual só foi observado em indivíduos que trabalham em
    empresas que garantem, efetivamente, políticas e práticas organizacionais não
    discriminatórias." Para que se sintam à vontade de se assumir homossexuais ou bissexuais no contexto laboral é necessário que se crie um ambiente propício para tal, conforme podemos observar no trecho acima. Adotando práticas organizacionais que não discriminem essas pessoas nas empresas em que trabalham, como palestras e workshops informativos, panfletos e arquivos na intranet. Quando a organização mobiliza-se dessa forma diminui as chances de que ocorram casos de assédio moral, discriminação e opressão relativos à orientação sexual no ambiente de trabalho.

    Discentes: Luiz Carlos, Paulo Rogério e Victor Coelho

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  4. No texto de Irigaray e Freitas, somos apresentados a uma temática pouco recorrente no contexto da gestão de pessoas, embora discussões sobre homofobia e o preconceito contra LGBT’s nos diversos âmbitos venham ganhando força na mídia.
    Uma das principais questões que devem ser pensadas quando se trata de uma pesquisa sobre as estratégias de sobrevivência dos gays no ambiente de trabalho deve ser a situação atual da nossa sociedade, onde mais do que uma luta por permanência no emprego ou por mais espaço e respeito no ambiente de trabalho, ainda vinga a necessidade de lutar pela simples sobrevivência do indivíduo gay em um espaço que “mata” ou o impede de vivenciar parte de sua individualidade como ser humano. Além disso, quando pensa-se em estratégias da gestão de pessoas de uma empresa que visam melhorar a qualidade de vida do trabalhador, o texto traz o desafio dos gestores de aliar a justiça social ao lucro, em ambientes de trabalho cada vez mais diversos. No entanto, devemos sempre inquirir sobre o papel das empresas em nossa sociedade e na possibilidade de para além da harmonia entre lucro e justiça social, esta se tornar uma prioridade da empresa, fruto de um interesse honesto na melhoria do ambiente das relaçõe de trabalho.
    O texto apresenta uma temática pertinente e desperta discussões sobre este assunto que até então ainda possui poucas produções sobre. Entretanto, gostaríamos de ressaltar além das qualidades encontradas, a problemática em torno de uma das nomenclaturas utilizadas: o uso do termo “autista”. O termo, que em sua origem se refere ao indivíduo que é voltado para si, se popularizou enquanto termo psiquiátrico utilizado para designar o sujeito diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista. O uso do termo no artigo se torna problemático a partir do momento em que abre espaço para ambiguidade em sua interpretação. Uma vez que o uso mais popular remete a um diagnóstico, o uso da palavra “autista” induz à patologização de um comportamento que, ao contrário de ser causador de sofrimento, é consequência do já existente sofrimento do indivíduo que se isola a fim de evitar a discriminação. Se há a necessidade de nomear tal comportamento, há outras opções que carregam consigo menos estigmas, ou estigmas menos danosos, por exemplo o termo “introvertido”. Ao produzir-se conhecimento, há de se pensar em como esse material será recebido, interpretado, e em como afetará aqueles que entram em contato com o mesmo. Há de haver sensibilidade e responsabilidade da parte daqueles que o produzem.
    Outro ponto que merece destaque no texto e que nos chamou a atenção é sobre o sofrimento psíquico que os indivíduos enfrentam nas empresas devido a sua orientação sexual, podendo esse sofrimento ser intensificado de acordo com a estratégia na qual a pessoa em questão assume. Através do texto é possível perceber como esse sofrimento apresenta níveis mais altos e mais diversificados no grupo de homossexuais/bissexuais parcialmente assumidos. Esse sofrimento de nível mais intenso possui relação direta com a dinâmica exaustiva que adotam, ao possuírem uma vida dupla e criarem uma narrativa para ser apresentada no trabalho que não condiz a sua realidade. O discurso dos participantes incluídos nessa categoria são atravessados por relatos de dores de cabeça e a ansiedade constante em momentos de interação com outros membros da empresa por medo de serem coagidos a realizarem atividades que ocasionam sofrimento para o indivíduo, como frequentar casas de prostituição.

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    1. (continuação)
      A partir dos pontos destacados compreendemos o papel da psicologia em duas vertentes que se retroalimentam, a pesquisa e a atuação prática. Entendemos e destacamos a necessidade de mais pesquisas na área e que tratem o tema com o cuidado que o mesmo exige, possuindo atenção especial para as terminologias utilizadas e para a compreensão dos indivíduos enquanto seres singulares e portadores de individualidade. Diante disso a atuação prática se faz presente como modo de solidificar o que é trazido na teoria, devendo buscar métodos de intervenção que visem oferecer um ambiente seguro e confortável para todos os usuários. A atuação do profissional de psicologia mostra-se imprescindível no processo de conscientização dos membros de uma empresa quanto a questões que atravessem os que estão inseridos. Reconhecemos a dificuldade de um trabalho com autonomia em um ambiente onde majoritariamente o lucro mostra-se enquanto prioridade, porém continuamos defendo a atuação da psicologia enquanto instância que prioriza o bem estar dos indivíduos inseridos e atuantes no processo.
      Grupo: Ítala Cleane, Maria Carolina Siqueira, Renata Alcântara

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  5. Como sempre, ouvir vcs é mesmo muito bom. Teremos outras oportunidades de manifestação. Ainda aguardo os demais e já sou grata pelas colocações feitas até aqui.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Um dos relatos que mais nos chamou a atenção no artigo foi aquele em que o entrevistado diz que "nunca me viram de mau humor, jamais dou motivo que falem qualquer coisa de mim profissionalmente", porque ele sugere que se sente pressionado a estar sempre bem e receptivo para que sua orientação sexual não se torne o foco no ambiente de trabalho. Imaginamos o quão angustiante isso deva ser, considerando que todos nos estamos sujeitos a erros, a dias ruins e ao mau humor.

    Outro ponto bastante interessante trazido é o conceito de Minority Stress, cujo autor afirma ser um tipo de stress que é consequência das vivências de pessoas que fazem parte de uma minoria oprimida numa sociedade branca, heteronormativa e patriarcal. Penso o quão nociva nossa sociedade pode ser para aqueles que são marginalizados.

    E diante disso, formas de intervenção se fazem necessárias. Inicialmente acreditamos ser fundamental:

    1) Investirmos na promoção de empoderamento para homossexuais, de forma que sua orientação sexual não seja motivo de sofrimento para ela.

    2) Crianção de momentos de sensibilização através, por exemplo, de dinâmicas que objetivem trazer um pouco pra cada colaborador a consciência de como uma pessoa lgbt se sente quando sofre preconceito.

    3) Realização de feedbacks construtivos individuais para um potencial agressor quando for identificado algum indício de desrespeito para com um(a) colaborador(a) lgbt.

    4) Implementação de ações informativas sobre a criminalização da lgbtfobia. Junto a isso, rodas de conversa com os colaboradores sobre o assunto.

    LAÍSLA SEREJO; LUCAS FREITAS.

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