Aqui vou fazer uma digressão em relação ao que vinha sendo proposto, pra continuarmos a discussão feita nesta última aula, que sinalizou sobre psicologia, trabalho e saúde (temos uma disciplina na graduação que trata exclusivamente sobre estes temas, usualmente ministrada pela Profa Kaliani Rocha). Nosso desafio será fazer a interseção com a Psicologia e a Gestão de Pessoas. Como recomendação, segue artigo de Pedro Bendassolli, que integra o corpo docente do Departamento de Psicologia da UFRN.
Leitura Recomendada
- Bendassolli, P. F. (2011) Mal estar no trabalho: do sofrimento ao poder de agir. Revista Mal estar e Subjetividade, 11 (1), p. 65-99.
- Bendassolli, P.F. (2012). Reconhecimento no trabalho: perspectivas e questões contemporâneas. Psicologia em Estudo, Maringá, 17 (1) p. 37-46.
- Campos, L.J. (2016). O trabalho e a outra cena: indagações sobre o sofrimento no trabalho. Psicologia em Estudo, 21 (2), pp. 313-323. (em contraponto à leitura sugerida)
- Lima, M.E.A. (2007) Contribuições da Clínica da Atividade para o campoda segurança no trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 32 (115): p. 99-107
- Sofrimento e prazer no trabalho. TV TRT. Reportagem sobre palestra proferida por C. Dejours e a pesquisadora brasileira Selma Lancmann para o TRT Goiás.
"O que podemos concluir em relação a estas várias aborda- gens do sofrimento no trabalho, considerando a perspectiva da ação? Neste ponto, gostaríamos de propor uma reflexão final que condensasse o conjunto das ideias aqui discutidas. De nosso ponto de vista, o que permanece destas discussões é a importância de uma alteração no foco de análise: partir do sujeito do pathos para o sujeito da ação, bem como partir de uma concepção de trabalho como fator de sofrimento, alienação e amputação do sujeito para uma concepção de trabalho como atividade de criação. Isso não significa, de modo algum, negar a existência do sofrimento no tra- balho, especialmente considerando suas condições na atualidade. Significa, apenas, entender o sujeito como alguém constituído por sua ação, sendo seu sofrimento resultado do impedimento dessa mesma ação. Ao ser definido como atividade, é o caráter constitu- tivo e vivo do trabalho que vem para o primeiro plano. O sofrimento é a incapacidade de agir por si só junto aos outros; consiste de um bloqueio da intensidade cognitiva e afetiva do sujeito, de seu poder de agir sobre ferramentas e objetos, sobre a linguagem e sobre os outros" (Bendassolli, 2011, p.93).
-
3
,
Maringá, v. 2
1
,
n.
2
p.
3
1
3
-
3
2
3
,
abr
./
jun
Nenhum comentário:
Postar um comentário